27 de jul. de 2010

Trama das 18h - espiritualidade na Tv




A novela “Escrito nas Estrelas” da autora Elizabeth Jhin é uma maravilhosa surpresa para o telespectador global, sempre acostumado com novelas de época no horário das 18h. A trama que tem como pano de fundo a espiritualidade, vem desde a sua estreia no dia 12 de abril, conquistando uma parcela significativa do público.

No mês de maio o enredo que conta com histórias leves, engraçadas e reflexivas superou a então, promessa de ótimas audiências na Globo, a novela de Sílvio de Abreu, “Passione”. Que conta com atores consagrados da teledramaturgia brasileira, como Fernanda Montenegro, Tony Ramos, Araci Balabanian, Francisco Cuoco, Irene Ravache, etc.

O tema de vida após a morte, reencarnação e mortos que não conseguem fazer a passagem para o plano espiritual já foram discutidas em várias outras telenovelas. Sendo a mais famosa até o momento, “A Viagem” da autora Ivani Ribeiro. Novela que originalmente foi transmitida pela Rede Tupi em 1975/76 e que posteriormente a Rede Globo produziu um remake em 1994 às 19h. Sendo “A Viagem” a segunda novela que já foi reprisada por 2 vezes no “Vale a pena ver de novo”, a primeira foi “A Gata Comeu” também de Ivani Ribeiro.

Mas, diferentemente de “A Viagem” a novela de Elizabeth Jhin conseguiu unir o conto da gata borralheira, a religião espírita, malandros dignos das letras do grupo Demônios da Garoa, peruas que fazem de tudo pelo dinheiro e que só conseguem nos fazer rir e o vilão que acredita ser um salvador, o Gilmar.
O trio ternura de vilões é toda a graça da trama. Quando poderíamos imaginar a Débora Falabella, conhecida por interpretar moçinhas em novelas de época se sairia tão bem fazendo uma perua fútil e pra lá de burrinha, Zezé Polessa que já é famosa por fazer personagens com uma vertente cômica só reforçar ainda mais a futilidade da dupla – os gritos que ela dá na filha Beatriz Cristina, são de deixar qualquer fonoaudiólogo louco - a cada tentativa de derrubar a moçinha Viviane/Vitória – Nathalia Dill - as duas nos divertem com diálogos no mínimo irreais, nos possibilitam ainda mais risadas quando são incomodadas pela Daniela Fontan, a colega Berenice.

E a maior surpresa ficou por conta do Alexandre Nero, ator que fez o tímido verdureiro Vanderlei em A Favorita (2008) e o peão Terêncio em Paraíso (2009). O personagem Gilmar é o vilão mais amado da telenovela nos últimos tempos. A cada capitulo o personagem se mostra ainda mais pilantra, nas suas relações amorosas com mulheres que se deixam levar pela sua lábia de cafetão da máfia italiana e que se derretem entre os chingamentos e palavras banhadas de sedução. O Gilmar é aquele personagem rico que todo bom ator tem por direito fazer em algum momento da sua carreira, e a nossa sorte é que chegou o momento do Alexandre Nero, podemos chamá-lo de revelação.

Apesar das disputas entre pais e filhos não serem nenhuma novidade, os protagonistas fogem ao convencional a partir do momento que um dos membros “luta” pela sua moçinha mesmo após a morte. A trama é cercada de mistérios, espiritualidade – e aqui não estou me referindo a religião espírita – mensagens e lições de vida que nos fazem refletir. A novela nem bem chegou ao seu fim e já se ouvi falar que a autora sonha em fazer uma trilogia no campo da espiritualidade e “Escrito nas Estrelas” seria o ponta pé inicial. Só nos resta esperar para ver se esse enredo chegará ao seu fim colhendo todos os frutos e glórias conseguidas no decorrer da sua exibição e se isso permitirá a Elizabeth Jhin realizar a sua desejada trilogia de espitirualidade e vida após a morte na telenovela.

Não podemos esquecer:

  • O termo colega da atriz Daniela Fontan, já pode ser ouvido pelas ruas. É mais um termo para entrar no hall dos bordões.
  • O André Gonçalves está excelente no papel do malandro 171 do Jair, fugindo totalmente ao seu personagem em “Caminho das Índias” no qual fazia o Gopal, um indiano honesto e trabalhador. Morro de pena do seu Jovenil – José Rubens Chachá -, “oh Jair, vai arrumar um emprego sai logo da casa do sogro“.
  • E o que dizer do Juca, um cachorro da raça golden retriever de quatro anos de idade que na trama interpreta Pepe, o animal de estimação de Daniel - Jayme Matarazzo. A pergunta é quem não gostaria de levar essa coisa mais que fofa pra casa?
  • A trilha sonora é composta por uma mescla de regravações e cantores consagrados. No campo da novidade devemos ficar atentos ao Zé Renato com o "Pedaço de Papel" e Lorena Chaves com "Nossa História". Vale a pena conferir.
Para assistir trechos da trama basta acessar Rede Globo, caso tenha interesse em assistir na integra Ver Tv Online.

26 de jul. de 2010

Respiro melodramas há 24 anos..


Não sei muito bem quando comecei a construí-los na minha cabeça, só sei que passei a acompanhá-los na TV na época de Carrossel – a 1ª versão mexicana que foi produzida pela Televisa entre 1988 e 1990 – transmitida pelo SBT em 1991 no horário das 20h, emissora esta que também me presenteou com Éramos Seis em 1994.

Entre essas tramas, ocorreu o que posso definir como a minha primeira loucura “melodramática”, quis ser a Carolina Pavaneli da novela global Sonho Meu, a imitava em frente ao espelho e cheguei a fazer a coreografia de abertura. Pronto, estava criada a minha fábrica de sonhos e com a qual não precisava gasta absolutamente nada.

Com 11 anos comecei a acompanhar a telenovela infantil que marcaria toda a minha geração, o SBT nos apresenta Chiquititas – 1997 a 2001 -, trama produzida na Argentina com atores mirins brasileiros, e atire a primeira pedra que nunca sonhou em fazer parte daquela trama de fantasias que assistíamos todas as noites.

Depois vieram as Marias da Thalia, as Usurpadoras, Malhação, muitos anjos caindo do céu, as Helenas do Maneco e os Pasquins nus nas praias latino-americanas. Quando resolvi fazer vestibular, a minha coordenadora numa palestra nos disse: - Esqueçam as telenovelas e as Marias Mercedes, do Bairro e do Mar que vemos todos os dias, elas não nos levam a nada, estudem e esqueçam a TV. Juro, juro mesmo que tentei fazer isso, entretanto, é impossível. Como negar algo que construímos e que nos constrói.

Por favor, peguem carona na calda deste meu cometa.. e vamos compartilhar nossas emoções. Porque melodrama é uma discussão de sentimentos.