
Todos os dias construímos um melodrama. O intuito do blog é socializar meus pensamentos, críticas e realizações através do melodrama. Cresci entre as Marias de Thalia e das Chiquititas no SBT, da Malhação e do Bambuluá na Globo e do Meu Pé de Laranja-Lima na Band. Sendo assim, como não falar de telenovela!?
24 de mai. de 2011
Então Lopes, agora é só nós dois!

14 de mai. de 2011
Famílias do horário nobre
Me chocou saber que Leila, personagem da novata Bruna Linzmeyer daria um tapa na cara de seu pai, ao ser chamada por ele de vagabunda! (sou conservadora!?) Realmente, acredito que as tramas globais de horário nobre tendem a buscar superações, inovações, em suma, é uma eterna tentativa de escandalizar mais que a sua antecessora.
A cena foi ao ar nesta quinta-feira (12), após ouvir uma conversa entre seus colegas de trabalho, Júlio – Marcelo Valle – descobre que a mulher liberal e que já dormiu com André – Lázaro Ramos - e Beto – Pedro Gontijo – na verdade é sua primogênita. Após discutir com a filha em casa e dar-lhe uma lição de moral e dizer como uma moça deve se comportar, Leila impulsionada pelo adjetivo nada agradável, dá uma bofetada no pai e grita “não sou vagabunda”.
Paro um pouco para pensar neste ato específico e começo a imaginar como esta situação será lida/interpretada pelos espectadores brasileiros. A primeira coisa que me vem à cabeça é: rá, eu bater na cara do meu pai!? NUNCA!! Por mais motivos que ele tenha me dado, ou por maiores grosserias que já tenha acontecido entre nós. Fui educada crendo que pais são “sagrados”, e independentemente da ligação de parentesco devo “obediência” aos mais velhos da família e ainda rola aquela história de pedir a benção.
Minha família inteira é do mesmo interior, foram criados mais ou menos no mesmo esquema, logo, não tenho como fugir as “tiranias” e muitas vezes regras interioranas e retrógradas. Sempre bati de frente, queria ser rebelde sem ter por que. Hoje, percebo que quase tudo me construiu com princípios que acredito serem os corretos, mas, não vamos entrar no mérito da educação dos meus pais ou de quem quer que seja.
Voltando à tapa, gosto de Leila e achei interessante a forma que Gilberto Braga tratou a sua iniciação sexual e como ela chegou a pensar que era frígida. O mais legal ainda é que a princípio por conta dessa “frigidez”, imaginei que ela se relacionaria com uma menina. Engano meu, o problema dela na verdade eram péssimos homens no quesito cama, nada que o garanhão e “conhecedor” de mulheres André, não tenha resolvido.
Assisti a cena na presença do meu termômetro novelístico, a minha mãe, e ela ficou repetindo a frase, “eu nunca vi isso na minha vida”, por mais ou menos um minuto. Bom se o efeito era escandalizar pais e filhos, a coisa surtiu efeito. Não vou negar que fiquei assustada com esse ato de violência entre pai e filha. Ao passo que pensei, mas isso deve acontecer todos os dias em inúmeros lares.. de pai para filho e de filho para pai. E ai, quem vai curar esses traumas?
Não tenho essa resposta e muito menos estou disposta dá-la, é responsabilidade demais para quem até hoje só foi filha.
Ps.¹ Iniciei esse post ao ler a matéria no site de Globo, criei uma enorme expectativa, mas devo admitir que fiquei decepcionada, esperava uma maior explosão da atriz Bruna Linzmeyer, achei a interpretação tão fraquinha, a narração que li estava bem mais animadinha.
Ps². Os mais inveterados e preocupados com a representação do seio familiar, não se incomodem, na próxima terça-feira (17), pai e filha farão as pazes.
10 de mai. de 2011
Porque beijar sempre valerá à pena

27 de mar. de 2011
Mordendo e Assoprando com Walcyr Carrasco

Tecnologia, humor leve, caras carimbadas e uma história bem costurada é o que promete a nova trama das 19h da Rede Globo, Morde e Assopra de Walcyr Carrasco. A novela tem o dever de manter a audiência conquistada pelo excelente remake de Ti Ti Ti, produzido pela Maria Adelaide Amaral, que chegou ao fim com grande aprovação da crítica e do público, uma prova disso foi a grande audiência alcançada no decorrer desses 8 meses.
O casal principal de Morde e Assopra traz o já famoso protagonista das 19h, Marcos Pasquim, como o grosseirão Abner e Adriana Esteves como a moçinha Júlia, mulher arredia, dona de si e que não leva desaforo para casa. Após as primeiras cenas, a minha mãe – minha eterna referência – logo falou: - Até parece às mesmas brigas de Catarina e Petruchio de “O Cravo e a Rosa”. Sim, aquela deliciosa novela das 18h que se passava na déc. de 20, escrita pelo próprio Walcyr Carrasco. A história tinha Adriana e Eduardo Moscovis como o casal principal que vivia em constante pé de guerra. Como já disseram nada se cria, tudo se transforma.
No quesito semelhanças, fazendo moçinhas ou vilãs/papéis principais ou secundários a Adriana Esteves sempre traz consigo gestos típicos. Já o fazendeiro, Abner, interpretado pelo Pasquim, que fisicamente pouco se diferencia do papel Moscovis, tem o sotaque igualzinho, talvez com “erres” mais puxados e fala mais atual, mas de resto está naquele esquema de recordar é viver. Entretanto, quem teria coragem de culpar Walcyr Carrasco por isso?
Morde e Assopra conta a história de Júlia que após anos no Japão volta ao Brasil para fazer a grande escavação de sua vida. Contudo, para que isso ocorra, ela precisa convencer Abner, o dono do cafezal que ela pretende derrubar para descobrir um tiranossauro. Após inúmeras brigas eles se descobriram apaixonados e o resto, bom, todos nós já sabemos.
A nova história a ser contada por Walcyr vai unir o melodrama comum que já conhecemos, com o futurismo dos robôs japoneses e a tão sonhada inteligência artificial. Isso ficará sob a responsabilidade do Mateus Solano e da Flávia Alessandra. Ele vive o cientista Ícaro que ao perder sua mulher sonha em recriá-la mesmo que de forma mecânica; ela está responsável por dá vida o andróide Naomi, que descobrirá o amor, sem saber exatamente o que é esse sentimento.
Podemos dizer que a tecnologia vai ser o diferencial, entretanto, será a velha e boa história água com açúcar, o tempero deste novo melodrama carrasquiano. É esperar para ver!!
21 de fev. de 2011
Recordar sempre é viver!

Semana passada, vi alguém comentando no twitter a guerra de comida no café da amanhã entre o casal Jacques Leclair e Clotilde – Alexandre Borges e Juliana Alves - de Ti Ti Ti. A indagação era se a cena tinha a intenção de homenagear a mais conhecida batalha de comidas que aconteceu entre a Fernanda Montenegro e o Paulo Autran em Guerra dos Sexos. (cena clássica da televisão brasileira)
Lendo o tweet me lembrei da célebre citação do Antoine-Laurent de Lavoisier: "Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”/copia. Sim, copiar nem sempre é sinônimo de algo negativo, ainda mais num produto como a telenovela que existe há a quase 60 anos e que opera a partir do reconhecimento do telespectador.
A certeza que o copiar ou até mesmo o refazer vem dando certo, são os inúmeros remakes que a Globo, principal produtora de teleficção nacional, vem fazendo nos últimos 15 anos. Suas tramas das 18h só têm emplacado com histórias revisitadas e a única a fugir desse carma foi a recente Escrito nas Estrelas da Elisabeth Jhin. O restante não conseguiu manter a audiência e algumas foram até encurtadas.
A atual prova viva de que novelas antigas fazem o maior sucesso, é o remake de Ti Ti Ti, no horário das 19h, uma adaptação da Maria Adelaide Amaral de duas telenovelas do Cassiano Gabus Mendes, a Plumas e Paetês de 1980/81 e Ti Ti Ti de 1985/86.
A trama que mescla o romântico triângulo amoroso entre Marcela, Renato e Edgar a desmedida guerra entre Ariclenes Martins e André Spina, inimigos desde a infância que passam a competir no mundo da moda. O Ariclenes travestido de Victor Valentim, um espanhol pra lá de paraguaio que produz através dos desenhos de uma paciente com problemas mentais e André que adota a marca Jacques Leclair, um nome com o toque francês, que só convence as suas clientes tidas como “suburbanas”.
A união das tramas que tem como pano de fundo o mundo da moda caiu como uma luva em um horário que vinha tendo problemas com a fracassa “Tempos Modernos”. O meu destaque mais que especial vai para a Cláudia Raia no papel da Jaqueline Maldonado. Tem muito tempo que não via a Cláudia fazer um personagem cômico e tão sentimental ao mesmo tempo. Não se pode negar que ela nasceu para a comédia. E a cena em que ela aparece dançando Ilare Lariê numa festa dos anos 80, acompanhada do Jacques logo nos primeiros capítulos está impagável. O trio Murilo Benício, Alexandre Borges e Cláudia Raia merece no mínimo 50% dos méritos do sucesso deste remake.
A parcela romântica e que nos faz suspirar ficou sob a responsabilidade do belo casal Marcela Andrade e Edgar Sampaio – Ísis Valverde e Caio Castro – que aos trancos e barrancos se apaixonaram, passaram a viver uma relação quase que clandestina e quando todos acreditavam que o casal seria feliz para sempre, eis que surge o também galã Renato Vila – Guilherme Winter – e retoma as atenções da moça.
A trama chegará ao fim em março e levará com ela os louros de alcançar o sucesso de público e crítica, tendo a certeza que sempre será uma das mais pedidas no Vale a Pena Ver de Novo.
15 de fev. de 2011
A primeira vez a gente nunca esquece

Hoje eu tive a tão temida primeira reunião com a minha orientadora. Bom, o que dizer!! Estou em pânico!! Sei que sempre estudei telenovela e gosto muito dessa área o que me ajuda imensamente, mas, ainda assim estou enveredando por uma linha de pesquisa que me é desconhecida e o novo sempre me assustou, preciso aprender a lidar com o novo.
Enfim, os laços e idéias foram se estreitando e já tenho até idéia de por onde começar e do meu primeiro capítulo. (um salve para o meu primeiro capítulo que só está na minha cabeça, iup!) Ele será um retrospectiva sobre os grandes vilões das telenovelas brasileiras, então, com certeza veremos Leôncio - Rubens de Falco - da Escrava Isaura de 1977; Odete Roitman – Beatriz Segall – de Vale Tudo em 1988/89 e os mais recentes em nossa memória como Laura – Claúdia Abreu – de Celebridade em 2003/04; Olavo – Wagner Moura – de Paraíso Tropical em 2007 e a Flora – Patricia Pillar – de A Favorita em 2008/09.
Bom, após definir por onde devo começar, quem devo ler e a minha já futura banca, só me resta cair literalmente de cabeça nas minhas leituras. Apesar do nervosismo inicial, tenho certeza que tudo me dará um enorme prazer, por que gosto de telenovela, gosto de ser convencida pelos personagens e por seus atos justos ou injustos.