
Quem imaginaria que o SBT tomaria a frente das duas grandes emissoras de telenovelas do país e traria o primeiro beijo gay da teledramaturgia brasileira. O beijo deve acontecer na trama das 22h15, “Amor e Revolução”, escrita por Tiago Santiago com a colaboração de Renata Dias Gomes e Miguel Paiva, sob direção geral de Reynaldo Boury.
Ambientada no Rio de Janeiro e em São Paulo, a história tem início com a Revolução de 1964 e perpassa pelo período mais obscuro da ditadura militar, os chamados anos de chumbo. O intuito da trama é narrar a vida de personagens diretamente ligados ao tema da ditadura, seja a favor ou contra, como militares, guerrilheiros, torturadores, artistas, jornalistas, advogados e estudantes nos anos brutais da repressão.
A telenovela já conquistou inclusive professores de história, o da minha irmã, afirmou não gostar de telenovela, mas, aconselhou os alunos assistirem, pois a trama de Tiago traria fatos e personagens “reais”. Apesar de todo o realismo histórico, não há telenovela sem um romântico casal e seus arquiinimigos, sendo assim vamos nos ambientar neste quesito sentimental.
Amor e Revolução, conta a história de amor vivida pelo militar José Guerra - Claudio Lins - e pela guerrilheira Maria Paixão - Graziela Schmitt. À primeira vista, o amor entre os dois é impossível, pois Maria é líder do movimento estudantil e vai para a luta armada, e José Guerra é um militar da Inteligência, contra a ditadura, democrata, porém filho de um general da linha-dura. Os dois têm rivais: o jovem dramaturgo de esquerda Mario Vieira - Gustavo Haddad - e a bela e glamurosa atriz Miriam - Thais Pacholek -, e surpresas podem acontecer.
Bom, creio que essas seis linhas já são suficientes para fervilhar as nossas cabeças teledramáticas. Voltando ao foco do post que é o beijo gay que vai ao ar amanhã (11), entre a advogada Marcela - Luciana Vendramini – que toma a iniciativa de beijar a amiga Marina - Giselle Tigre -, pois se diz apaixonada por ela. Todavia, o próprio autor já mandou todo mundo quietar o facho, pois disso não passará.
O primeiro passo...
Odeio intertítulo em post, mas, vi a necessidade de abrir uma exceção. Sejamos sinceros, ter beijo gay no SBT, hoje a terceira emissora do país, numa trama que se passa quase no início da madrugada, conta? A princípio logo pensei.. isso é para levantar audiência. Contudo, precisamos lembrar coisas bem práticas. O SBT nunca teve uma fidelização com seus telespectadores, uma prova deste fato são seus programas que mudam de horário, novelas que mudam suas protagonistas, quando não acabam no meio. Sendo assim, o que traria de negativo/positivo à emissora?
E outra coisa, beijo gay entre mulher pode suscitar aquele velho fetiche masculino de ver uma relação sexual entre duas mulheres. Tirarei o meu chapéu que sequer uso, a qualquer emissora que tiver coragem de colocar dois homens, e sinceramente, espero que ao fim do beijo e/ou sexo não fiquemos com aquela sessão de que foi tudo para cumprir uma obrigação de representar uma “classe” que a muito compõem a nossa sociedade.
E tenho dito!
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