2 de abr. de 2012

Avenida Brasil, o que João nos reserva?




Já se passou uma semana da trama de João Emanuel Carneiro, após apresentação das histórias, dos protagonistas e dos personagens antagônicos, consigo formular uma opinião rasteira sobre a nova obra global. Desde que começou como escritor de telenovela, João mostrou que não veio simplesmente para somar, ser mais do mesmo, com isso, sempre nos presenteia com vilões que entrarão para aquela lista de artistas que odiaremos pelos próximos 9 a 10 meses (tempo médio de uma trama) ou até para vida toda.

Avenida Brasil conta a história de Rita/Nina (Débora Falabella), uma garota que é órfã de mãe, maltratada pela madrasta e que com o falecimento do pai vai parar num lixão. A nossa primeira e grata surpresa é a garotinha Mel Maia, que vive a Rita quando criança. Ela tem uma força no olhar que comove o mais duro defensor do “novela é alienação”, ela chora e ri com uma verdade admirável. Com esse brilho, ela nos apresenta o Batata, personagem do Bernardo Simões, uma verdadeiro moçinho com direito a ares de príncipe, cavalo branco e capa... mesmo que de chuva.

A trama das 21h, trouxe a vilã Carminha, depois desse personagem Adriana Esteves jamais será a mesma, a vontade é de matar. Carminha possui traços de uma mulher que aprendeu a se virar sozinha, que não tem dó nem piedade e que prefere pisar a ser pisada.

Todavia, o que de fato marcou os seis primeiros capítulos de Avenida Brasil foi como o lúdico e a magia tomaram conta de um local feio, marginalizado e que transforma crianças em elementos da desumanidade social. E apesar de todas as “mordomias”, das crianças que trabalham para tia Lucinda (Vera Holtz), elas continuam catadores de lixo.

O lirismo com que os personagens Rita e Batata se conhecem, tornam-se amigos e por fim se casam faz com que esqueçamos todos os problemas vividos nos lixões do nosso país e nos faz acreditar que o amor transforma. Mas não sejamos bobos, a mais bela flor, após ser pisada inúmeras vezes, em algum momento vai ferir de volta.

Agora é esperar o retorno de Nina e presenciar mudanças nos moçinhos, que já não agradam mais ninguém com suas atitudes inverossímeis e totalmente fora da realidade que vivemos. Um viva a João Emanuel Carneiro que após 44 anos, nos presenteia com uma protagonista anti-heroína. Que venham mais Betos Rockfeller. 

2 comentários:

Uil disse...

Você me convenceu que devo olhar esta novela. A tempos nada de novo na Globo.

Danielle Antão disse...

Todos devem assistir a primeira semana, se não se convencerem, eu ainda garanto, essa vale a pena!