Já se passou uma semana da trama
de João Emanuel Carneiro, após apresentação das histórias, dos protagonistas e
dos personagens antagônicos, consigo formular uma opinião rasteira sobre a nova
obra global. Desde que começou como escritor de telenovela, João mostrou que
não veio simplesmente para somar, ser mais do mesmo, com isso, sempre nos
presenteia com vilões que entrarão para aquela lista de artistas que odiaremos
pelos próximos 9 a 10 meses (tempo médio de uma trama) ou até para vida toda.
Avenida Brasil conta a história
de Rita/Nina (Débora Falabella), uma garota que é órfã de mãe, maltratada pela
madrasta e que com o falecimento do pai vai parar num lixão. A nossa primeira e
grata surpresa é a garotinha Mel Maia, que vive a Rita quando criança. Ela tem
uma força no olhar que comove o mais duro defensor do “novela é alienação”, ela
chora e ri com uma verdade admirável. Com esse brilho, ela nos apresenta o
Batata, personagem do Bernardo Simões, uma verdadeiro moçinho com direito a
ares de príncipe, cavalo branco e capa... mesmo que de chuva.
A trama das 21h, trouxe a vilã
Carminha, depois desse personagem Adriana Esteves jamais será a mesma, a
vontade é de matar. Carminha possui traços de uma mulher que aprendeu a se
virar sozinha, que não tem dó nem piedade e que prefere pisar a ser pisada.
Todavia, o que de fato marcou os seis
primeiros capítulos de Avenida Brasil foi como o lúdico e a magia tomaram conta
de um local feio, marginalizado e que transforma crianças em elementos da
desumanidade social. E apesar de todas as “mordomias”, das crianças que trabalham
para tia Lucinda (Vera Holtz), elas continuam catadores de lixo.
O lirismo com que os personagens
Rita e Batata se conhecem, tornam-se amigos e por fim se casam faz com que esqueçamos
todos os problemas vividos nos lixões do nosso país e nos faz acreditar que o
amor transforma. Mas não sejamos bobos, a mais bela flor, após ser pisada
inúmeras vezes, em algum momento vai ferir de volta.
Agora é esperar o retorno de Nina
e presenciar mudanças nos moçinhos, que já não agradam mais ninguém com suas atitudes
inverossímeis e totalmente fora da realidade que vivemos. Um viva a João Emanuel
Carneiro que após 44 anos, nos presenteia com uma protagonista anti-heroína. Que
venham mais Betos Rockfeller.
2 comentários:
Você me convenceu que devo olhar esta novela. A tempos nada de novo na Globo.
Todos devem assistir a primeira semana, se não se convencerem, eu ainda garanto, essa vale a pena!
Postar um comentário